
Pesquisadores das universidades norte-americanas de Nova Orleans e Dakota do Norte publicaram um estudo científico na revista Medical Gas Research relatando o caso de uma menina que teve danos cerebrais revertidos por meio de uma combinação de terapias com oxigênio.
A recuperação cerebral da pequena Eden Carlson surpreendem. De acordo com seu pai, Chris Carlson, hoje a menina tem apenas uma pequena dificuldade de equilíbrio.
Oxigênio cura danos cerebrais: o caso de Eden Carlson
Eden Carlson tinha apenas dois anos quando conseguiu passar pelo portão de crianças e caiu na piscina de sua casa, na pequena cidade de Fayetteville, no estado do Arkansas (EUA).
Ela se afogou e só foi socorrida quinze minutos depois, o que fez com que sofresse uma parada cardíaca e ficasse sem batimentos cardíacos por duas horas, quando finalmente pode ser reanimada.
Apesar da volta à vida, a garota sofreu lesões profundas no cérebro, perda de massa cinzenta e branca e atrofia cerebral. Com o quadro, Eden nunca mais poderia falar, andar ou responder a vozes: ela apenas conseguiria se mexer sem coordenação e balançar a cabeça.
"Nos sentimos muito impotentes porque não foi dada nenhuma chance de sobrevivência e, depois, de recuperação! Não havia pílulas, terapia ou protocolo para que ela melhorasse", contou o pai da garota Chris Carlson, em entrevista o VIX.
Foi quando o médico Paul Harch propôs terapias à base de oxigênio na tentativa de reativar o cérebro danificado.
Tratamentos salvadores

Inicialmente, foram administradas doses de oxigênio normobárico duas vezes ao dia por via nasal, o que já fez Eden recuperar levemente o controle motor, ficar mais acordada, falar frases curtas e se alimentar oralmente.
Depois, foi a vez da oxigenoterapia hiperbárica (foto acima) - procedimento realizado em uma câmara pressurizada com alta quantidade de oxigênio e pressão acima da atmosférica - unida à fisioterapia.
Como resultado, Eden passou a andar de forma satisfatória, passou a falar melhor do que antes do afogamento e apresentou resultados normais nos testes neurológicos e satisfatórios nos de função e cognição motora.

"Ver a recuperação foi como vê-la crescer de novo. Vimos um pouco de progresso aqui e ali e nos agarramos a essas pequenas vitórias", ressaltou o pai da criança, que juntamente com o resto da família prestou amparo integral à menina de dois anos.
Resultados

Os médicos por trás do caso acreditam que o sucesso da terapia de oxigênio para danos no cérebro se deu principalmente porque a paciente estava em crescimento e o quadro clínico não era antigo, o que garante uma plasticidade ao sistema nervoso, ou seja, uma capacidade de se regenerar e readaptar. Apesar das condições, esse tratamento representa uma esperança para pessoas com lesões neurológicas semelhantes.
Após 162 dias do afogamento, Eden ainda apresentava uma pequena lesão cerebral, mas toda a massa branca e cinza do órgão já havia se refeito.
"Sua lesão agora praticamente não existe e a única coisa que falta é o equilíbrio dela. Isso está melhorando por meio da fisioterapia e mais tratamentos com oxigênio", contou o pai da garota. "Nós ainda não discutimos o tratamento com ela, mas um dia ela ainda vai falar sobre isso. Ela vai dizer 'Eu caí na piscina', 'Eu chorei' e 'eu voltei para você'", finaliza.
Cuidados com crianças
- Alteração no cérebro do bebê exige cirurgia e alta é só aos 7 anos
- Criança pode ter AVC: médico explica em quais casos e por que acontece
- O que é "afogamento seco"? Quando pode acontecer?