
Poucos dias depois do furacão Harvey se tornar uma tempestade tropical e assolar o estado norte-americano do Texas, outro fenômeno climático se formou entre o Caribe e os Estados Unidos. Em menos de duas semanas, o furacão Irma nasceu e já atingiu a categoria 5, mais alta na chamada escala Saffir-Simpson.
Temporada de furacões explica formação dos ventos fortes
De acordo com o departamento norte-americano que administra oceanos e atmosfera, o NOAA na sigla em inglês, todos os anos a Terra sofre a "temporada de furacões". Ela acontece no oceano Atlântico entre 1º de julho e 30 de novembro.
Esse período não foi escolhido pela NOAA ao acaso: 97% dos furacões ocorridos no mundo desde que o departamento iniciou os registros aconteceram no período junho-novembro, como reportado pelo órgão.

Auge da temporada de furacões é de agosto a outubro
A bacia do oceano Atlântico, ondo os furacões se formam, apresenta tempestade tropical em 78% dos dias entre os meses de agosto e outubro. Isso tudo explica a formação tanto do Harvey quanto do Irma, estamos em pleno auge da temporada de furacões.
Furacões em 2017: mais do que o normal
Ainda no primeiro semestre do ano, a NOAA divulgou um comunicado que vem sendo constantemente atualizado pelo órgão. No documento, foram listados fatores que apontavam para maior probabilidade de estação acima do normal.
Entre esses fatores, destaca-se um El Niño, fenômeno climático que costuma agir dissipando os furacões do Atlântico, ausente ou muito fraco e as temperaturas quentes da superfície da água, que fazem com que os furacões ganhem mais força enquanto se movimentam.
Os fatores divulgados pela NOOA são:
1 – Continuação de condições atmosféricas favoráveis presentes na região principal de desenvolvimento de furacão no Atlântico. Essa região inclui o Atlântico Tropical e o Mar do Caribe.
2 – Continuação de temperaturas mais altas da superfície do mar acima da média na região principal de desenvolvimento de furacão, juntamente com anormalidades de temperaturas mais altas da superfície do mar mais aquecidas nessa mesma região em relação ao restante dos trópicos da Terra.
3 – Maior probabilidade de que as condições neutras de oscilações do El Niño no Sul persistam sobre o Oceano Pacífico tropical e uma chance nitidamente diminuída que El Niño irá se desenvolver e suprimir a temporada de furacões.
4 - A ocorrência de duas tempestades nomeadas em áreas profundas do Atlântico tropical durante junho e julho (as tempestades Bret e Don) reforça a expectativa de uma temporada acima da normal.
Bret e Don realmente ocorreram a 200 quilômetros de Trinidad e 780 quilômetros de Barbados, respectivamente. Até o momento não é possível confirmar que El Niño não esteja acontecendo, mas os cientistas já sabem que se isso estiver acontecendo, está bem fraco.
Mais tempestades estão previstas
Sempre que uma tempestade fica muito forte, ela ganha um nome. Se ela ficar mais forte ainda, pode se tornar um furacão. Tempestades fortes e batizadas já são dignas de atenção e alerta nos países caribenhos e na costa atlântica dos Estados Unidos.
De acordo com um guia da temporada de furacões, feito e atualizado pela rede de notícias CNN, no mínimo outras 12 fortes e já nomeadas tempestades estão previstas até o encerramento da temporada 2017.
*Matéria publicada em 5 de setembro de 2017
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