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Ex-humorista da Globo revela depressão e efeito da doença que muitos têm mas omitem

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In Rio - Só lembrança😎 #joaonetto #zemodesto

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A depressão é uma doença grave e que muitas vezes apresenta sintomas negligenciados pelos pacientes e até mesmo por seus familiares. Foi exatamente esse o caso do ex-humorista da Globo, João Netto, que acabou depressivo em meados de 2003.

"Eu era doente e não sabia. Tive 5 crises em 15 anos", revelou ele ao programa "Domingo Show", da TV Record. O ator ficou conhecido pelo papel de Zé Modesto, na "Escolinha Professor Raimundo".

Ator revela depressão acompanhada de vícios

Na entrevista, o humorista conta que sua depressão era acompanhada por inúmeros vícios, como álcool, tabaco, drogas e até sexo. Apesar de muitos pacientes não se darem conta ou admitirem, os comportamentos compulsivos estão muitas vezes presentes em quadros depressivos.

João Netto desconfiou da doença após uma desilusão amorosa em meados de 2003.

"Passou uma semana [desde a partida da ex] e fui sentindo angústia e somatizei tudo", contou. "Eu chorava, começava a sentir angústia, como se uma lança estivesse furando meu peito", completa.

"Na depressão, você fica só, você se isola, você não aguenta barulho. Quer só dormir, fumar cigarro, beber. E eu, mesmo com relacionamento, era viciado em prostitutas e até em algumas drogas", diz ele.

O ator, que chegou a considerar suicídio, hoje diz estar curado. "Hoje eu quero viver. Quero que Deus me faça alcançar o mundo".

Relação entre vícios e depressão

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Nomad_Soul/shutterstock

A depressão é a principal causa de problemas de saúde e invalidez no mundo, segundo dados recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS): mais de 300 milhões de pessoas no mundo apresentam o distúrbio mental.

E o grande número de pessoas afastadas por conta da doença pode ter relação direta com a subestimação dos sintomas.

“É uma doença como outra qualquer, que tem como principal sintoma a tristeza constante”, afirma o psiquiatra Antônio Geraldo da Silva, presidente da Associação Psiquiátrica da América Latina (APAL).

Aplacar sentimentos

A tristeza e o vazio constantes podem dar margem para válvulas de escape que muitas pessoas acabam aderindo como forma de alívio, como álcool e drogas.

"Quem já tem depressão tem um risco maior de adquirir vício ou compulsão. Isso porque é uma doença que apresenta alteração da função neuroquímica do cérebro, e tem comprometimento de hormônios como os do prazer e satisfação", explica a psicóloga Edyclaudia Gomes de Sousa.

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andrey_l/shutterstock

Pela baixa nos hormônios, principalmente os do prazer, a pessoa procura algo que a satisfaça, mesmo que momentaneamente.

"O deprimido acaba indo para o álcool, porque pensa que a vida está uma 'droga', e busca uma sensação agradável, uma fuga da realidade. Haverá uma melhora, mas apenas momentânea, correndo o risco de uma piora do humor depois", afirma a psicóloga Marina Vasconcellos.

O álcool, inclusive, tem um efeito no cérebro diferente em cada pessoa. Mas, segundo explica Edyclaudia, ele pode neutralizar sensações desagradáveis e intensificar sensações boas.

"Mas como qualquer outro vício, a pessoa começa a precisar de doses cada vez mais altas, seja lá do que for. E além de alterar funções neuroquímicas, precisa de mais estimulação com o passar do tempo", afirma Edyclaudia. Daí a ocorrência de mais de um vício ao mesmo tempo.

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Leszek Czerwonka/Shutterstock

A psicóloga Edyclaudia exemplifica que distúrbios do sono são um sinal da depressão, mas quase ninguém os associa à doença. "Há pessoas que não conseguem dormir e bebem para relaxar. Portanto, estão mascarando um sintoma da doença", conta a especialista.

Marina Vasconcellos comenta, no entanto, que apesar de muitos compulsivos terem depressão, isso não é uma regra. "Os transtornos compulsivos, como vício em jogos, em compras, em sexo e assim por diante, nem sempre estão relacionados com a depressão. Mas não é raro ocorrer os dois ao mesmo tempo", afirma.

Depressão: causa, sintomas e mais


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