
A cada reajuste da tarifa de ônibus você tem que juntar mais moedinhas para conseguir embarcar no coletivo. Apesar das passagens mais caras, entretanto, nem de longe você vê melhorias que justifiquem o aumento do preço do transporte público. Calma, você não está sozinho. Esta é a realidade de muitos passageiros em várias cidades do país. Em Brasília, uma das mais caras entre as capitais, o usuário paga até R$ 4,00 para girar a catraca.
Mas, em 13 municípios brasileiros a tarifa zeroé possível, seja para todos os usuários ou em linhas especiais.
É o caso de Monte Carmelo, em Minas Gerais. Lá, ninguém paga o transporte público há mais de 20 anos. Como isso é possível e quais são as outras cidades em que o ônibus é de graça? Confira a seguir.
Cidades brasileira com ônibus de graça

Segundo levantamento do site Fare Free Public Transport, que reúne a lista de todos os lugares do mundo em que não é cobrada passagem de ônibus, 13 cidades brasileiras têm transporte público de graça.
Curiosamente, nove estão no Sudeste. Três municípios ficam em Minas Gerais, três em São Paulo e três no Rio de Janeiro.
Veja a relação completa:
- Itatiaiuçu (MG)
- Monte Carmelo (MG)
- Muzambinho (MG)
- Agudos (SP)
- Potirendaba (SP)
- Paulínia (SP)
- Eusébio (CE)
- Anicuns (GO)
- Maricá (RJ)*
- Silva Jardim (RJ)
- Porto Real (RJ)
- Pitanga (PR)
- Ivaiporã (PR)
*em determinados bairros
Monte Carmelo tem tarifa zero há 22 anos
Monte Carmelo, em Minas Gerais, leva o título de primeira cidade do Brasil a oferecer transporte coletivo de graça.
De acordo com a Prefeitura, desde 1994, os moradores do município não desembolsam um centavo para embarcar nos ônibus. O dinheiro para o transporte é da própria Prefeitura, que paga as contas do salário dos funcionários, da manutenção da frota e do combustível dos veículos.
A Administração afirma que 1,5 mil pessoas são transportadas por dia em quatro linhas de trajeto. Há ainda horários estipulados para estudantes e transporte para auxílio de idosos.
Gastos e uso do transporte público

Ainda de acordo com a Prefeitura de Monte Carmelo, 1% do orçamento municipal é destino aos gastos com o transporte público.
“Desde a implantação, o transporte municipal consome em torno de 1% da nossa arrecadação, mas é um benefício tão importante quanto uma obra, por exemplo”, disse o prefeito, Fausto Nogueira.
Segundo a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), com dados de 2011 e 2012, 86,8% do transporte coletivo no Brasil é feito por ônibus. O que representa mais de 105 mil veículos nas ruas do País.

Na mais recente publicação da NTU, o prefeito de Belo Horizonte e presidente da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), Márcio Lacerda, defende, em entrevista, a criação de uma Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) municipal que segure novos aumentos nas tarifas.
“A Cide Municipal seria exclusiva para o barateamento das tarifas do transporte público. Essa proposta foi criada com base no dado divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) que aponta que um acréscimo de R$ 0,10 no preço dos combustíveis reduziria cerca de R$ 0,30 no valor da tarifa”, comenta.
Nesta conta pesada para o bolso do usuário do transporte, ainda entra a questão dos subsídios. Segundo matéria da revista Carta Capital, o dinheiro das passagens em São Paulo, por exemplo, representa 47% da receita total para a mobilidade urbana. Enquanto isso, os subsídios do governo perfazem 35%; os 18% restantes correspondem à fração para remuneração dos empresários.