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Febre amarela está mesmo voltando? O que pode acontecer e como nos proteger?

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*Matéria publicada em 13 de janeiro de 2017

Recentemente, uma onda de possíveis casos de febre amarela tem causado alarme entre os brasileiros, principalmente os de Minas Gerais. No estado, já são 110 casos e 30 mortes suspeitos da doença. Entenda, a seguir, para quem a infecção transmitida pelo mosquito é um risco e como se proteger dela.

Febre amarela está de volta?

Nos últimos dias, foram divulgados números fora do normal de casos e até mortes por febre amarela, principalmente no estado de Minas Gerais, onde já foi decretada situação de emergência nas regiões com surto.

A infectologista Thais Guimarães, presidente da Sociedade Paulista de Infectologia, explica que, apesar de ser esperado um aumento no número de casos de febre amarela no início do ano – época em que aumenta a circulação de mosquitos -, a quantidade de infectados neste momento é muito maior que o de costume.

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Casos de febre amarela em Minas Gerais

Hoje (13), em nota no Diário Oficial do Estado, o Governo de Minas decretou situação de emergência nas áreas onde houve o aumento do número de casos por causa do surto de febre amarela. De acordo com a última atualização de dados feita pela Secretaria Estadual de Saúde do estado, até o momento, no total, são 110 casos suspeitos notificados e 30 mortes suspeitas da doença em 21 municípios. Desses, 20 casos e 10 óbitos são provavelmente causados pela febre amarela silvestre.

Os municípios onde aconteceram os casos são: Ladainha, Malacacheta, Frei Gaspar, Caratinga, Piedade de Caratinga, Imbé de Minas, Entre Folhas, Ubaporanga, Ipanema, Inhapim, São Domingos das Dores, São Sebastião do Maranhão, Itambacuri, Poté, Setubinha, Água Boa, São Pedro do Suaçuí, Durande, Simonésia, Teófilo Otoni e Ipatinga. Todas essas localidades já faziam parte da área de recomendação para vacinação, assim como todo o estado de Minas Gerais.

Casos de febre amarela em São Paulo

De acordo com a Secretaria de Saúde de São Paulo, houve um óbito por febre amarela no estado de São Paulo este ano, na cidade de Ribeirão Preto. Antes disso, a última morte registrada havia acontecido no primeiro semestre de 2016, na região de São José do Rio Preto. Ambas as vítimas viviam em áreas silvestres, de mata. Ainda não há informações sobre número de casos da doença este ano.

Surto de febre amarela: consequências

Disseminação da doença nas cidades

A infectologista Thais Guimarães explica que todos os casos detectados agora são silvestres, ou seja, foram transmitidos a pessoas que adentraram zona de mata, onde o vírus da febre amarela é disseminado entre macacos pelos mosquitos Aedes albopictus e Haemagogus.

Mas quando as pessoas contaminadas nas áreas silvestres voltam para as cidades, elas podem ser picadas e transmitir a doença através do mosquito para outras pessoas. Nesse caso, o vetor passa a ser o mosquito Aedes aegyptis, mesmo transmissor da dengue e do Zika.

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Esse risco pede que sejam realizadas ações para conter a disseminação da doença nas cidades. A especialista explica que, no caso, a recomendação é que quem mora ou vá viajar para as cidades onde foi decretada a situação de emergência e não recebeu a vacina seja vacinado.

Quem está fora dessas áreas e não pretende ir para lá ou para qualquer outra região com endemia de febre amarela não precisa se imunizar.

Doença pode ser grave

No organismo, o vírus da febre amarela tem uma atração especial pelas células do fígado, que podem ser massivamente destruídas pelo micro-organismo. Em consequência, poderá haver hepatite fulminante e icterícia (amarelamento de pele, olhos e mucosas).

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O vírus também age, através de mecanismos imunológicos, sobre as células que fazem coagulação e, por isso, pode causar hemorragia.

A gravidade dessas consequências depende principalmente da quantidade de vírus recebida na picada e também da presença de algum fator que cause diminuição da imunidade, como é o caso de quem é imunodeprimido por conta do tratamento de um câncer ou fez um transplante, por exemplo. Outros sintomas são dor no corpo e febre alta.

A médica explica, no entanto, que a maior parte dos pacientes evolui bem com o tratamento, que envolve receber sangue, plasma, soro e medicamentos para febre e dor e esperar os próprios anticorpos combaterem o vírus, o que costuma durar pelo menos uma semana.

Como se proteger

Quem mora ou vai viajar para regiões endêmicas de febre amarela deve tomar a vacina. No caso dos viajantes, a imunização deve ser recebida pelo menos 10 dias antes de uma viagem para uma região endêmica.

No Brasil, as chamadas “áreas com recomendação de vacina contra febre amarela” incluem grande parte do território, com exceção, principalmente, da faixa litorânea, como mostra esta imagem do site do Ministério da Saúde:

Gestantes, mulheres que estejam amamentando, bebês e pessoas imunossuprimidas devem consultar um médico antes de procurar a vacina para que sejam avaliados individualmente os prós e contras de receber a imunização.

Além da vacina contra febre amarela, a infectologista explica que é importante investir em repelentes, mangas e calças compridas antes de visitar regiões de mata.

Doenças infecciosas transmitidas por mosquito


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